
Em Ainda Há Céu Lá Fora, Tio Flávio mergulha nas histórias de pessoas privadas de liberdade, trazendo à tona relatos comoventes sobre dor, arrependimento, superação e esperança. A partir de sua atuação voluntária no sistema prisional, o autor nos conduz por um universo muitas vezes invisível à sociedade, onde a educação, a solidariedade e o afeto se tornam ferramentas poderosas de transformação.
Com uma abordagem humana e sensível, o livro reúne depoimentos de detentos, reflexões sobre cidadania e justiça, além de questionamentos profundos sobre os caminhos que levam ao encarceramento e as possibilidades de um recomeço. Entre memórias pessoais e experiências vividas dentro das unidades prisionais, a obra nos convida a enxergar além das grades, reconhecendo que, por trás de cada história, ainda existe um ser humano que pode – e deve – encontrar novas perspectivas.
Mais do que um relato sobre o cárcere, Ainda Há Céu Lá Fora é um chamado à empatia, uma ponte entre mundos separados por muros, mas conectados pela busca por dignidade e um futuro diferente.

Carl Jung sabia muito bem do que estava falando quando afirmou: “conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar a alma humana, seja apenas outra alma humana”, ressaltando como é importante que a gente tenha conhecimento, entenda contextos, mas não se esqueça, jamais, de valorizar a história e as vivências de cada um. Respeito é uma premissa que devemos ter como guia, já que esta palavra, derivada do Latim, significa “olhar de novo”, “olhar outra vez”, para que aquilo que não tenha sido percebido, apreendido, possa ser descoberto, observado e, quem sabe, compreendido. Compreender, em sua origem latina, quer dizer perceber o sentido de algo. A vida é assim: ela nos apresenta pessoas que, por sua vez, vêm carregadas de histórias. Nem sempre conhecemos todas estas histórias ou a pessoa sob diversos prismas. Muitas vezes nos é dado conhecer um fragmento, um pedacinho, tal qual uma peça de um mosaico, que sozinha parece não dizer muito, mas cada uma dessas parcelas faz parte de um todo maior e, por isso, não deve ser desprezada. Nossas histórias são parte do que somos. E muito do que vai acontecer daqui pra frente parte do que somos. Aliás, Paulo Freire dizia que “a leitura do mundo deve preceder a leitura da palavra”. Como a gente lê o mundo, parte do que somos. Fica, então, o convite para que você se atente às pecinhas dos mosaicos humanos. Quem sabe alguns desses fragmentos têm a ver com você!